AS CASAS DA CHÃ I - A CASA DAS MORGADAS
Em todo o aglomerado urbano de Chã de Alvares ,são diversas as casas que se destacam, não só pela sua dimensão,mas igualmente pela distintas características que as distinguem das restantes casas humildes e denunciam a sua origem mais nobre. Vou tentar ,dentro do possível , nos próximos artigos falar de algumas delas.
Na sua estrutura original era um enorme casarão que contornava para duas ruas, sendo que numa das partes dava para uma propriedade rústica e do lado oposto para um pátio, oculto do exterior por um alto muro e portão. Aquele pátio era tão grande que ,por via disso, deu á família proprietária, a denominação de Casa do Pátio, quando a ela alguém tinha de se referir.
Ela, Josefa Gonçalves, nascida
em 1806 e herdeira de seu tio Manuel Antão, de Borreis, Procurador do Concelho
de Alvares, e Senhor do Morgado de São José de Borreis, e irmão de sua mãe
Maria Josefa Antão Tavares. E ele, António Henriques de Matos,importante
proprietário rural, filho de Manuel
Henriques de Vide e de Maria Luísa Henriques de Matos, nascido a 21 de Dezembro
de 1797 e nomeado Monteiro Mor de Alvares por carta de 27 de Agosto de 1824.
A profissão de Monteiro Mor remontaria aos princípios da monarquia
portuguesa, quando se tem notícia do cavaleiro Rui Monteiro, monteiro-mor de D.
Afonso Henriques; os genealogistas o consideram o primeiro portador atestado do
apelido. O monteiro-mor, do Reino ou local, era o funcionário real responsável
por superintender ao domínio público: rios, florestas, e em especial às caçadas
e coutadas. D. João I de Portugal levava o assunto tão a sério que chegou a
escrever um tratado sobre o tema ,o Livro da Montaria, sobre o "jogo dos
reis", ou seja, as coutadas reais. O ofício de monteiro estaria ligado à
origem, em tempos modernos e com a evolução acadêmica, da profissão de
engenheiro florestal.
Deste casamento nasceriam diversos
filhos, todos eles tendo como berço esta abastada casa:
Ludovina Henriques de Matos-Nasceu em 1833 no Casal de Cima. Foi casada com António Francisco Mendes, nasceu a 24 de
Fevereiro1845, e morreu em 1885.O casal teve um filho de nome António que
faleceu em 1863.Foram pais novamente um ano mais tarde de um filho ao qual
puseram o nome de António Mendes. António
Francisco Mendes, que foi vereador da Camara Municipal da Pampilhosa da
Serra, faleceu em 1915,no Soeirinho,na sua Quinta da Feteira.
António Mendes-Nascido a 3.5.1864,foi batizado na Igreja Matriz da Pampilhosa por pelo
Padre José Henriques de Matos em 4.5.1864.Faleceu a 19.7.1939.
Maria Amália Henriques de
Matos-Casada com Francisco Henriques da Cunha. Tiveram
filhos:
Ernestina Henriques da Cunha-Nascida a 20.5.1893-1963,afilhada do Padre José H. da Matos ,á data do
seu batizado pároco em Pessegueiro. E de
Rosalina Henriques de Matos e Cunha, sua irmã. Viveu em Arganil e casou com António Simões Peixoto. Não deixaram
descendência.
Rosalina
Henriques de Matos Cunha- Casou com Manuel Santos Ferreira, professor em Paradela da
Cortiça, Góis e Alvares e presidente da Junta e Juiz de Paz de Alvares. Foi
professora em Chã de Alvares na década de trinta .Foram pais de:
Anselmo Santos Ferreira (1903-1986).
Albertino dos Santos Ferreira
Aida dos Santos Ferreira
José Maria Henriques de Matos – Padre em Chã de Alvares- Nasceu a 9 de Julho de 1840,na Casa do
Páteo em Casal de Cima, onde viviam os seus pais. Foi ordenado em 1869,tendo sido
Pároco em Alvares entre 1891 e 1904 e grande proprietário. Viveu grande parte
da sua vida no Casal de Diogo Vaz, casa essa fruto da herança deixada pela sua
prima Maria Encarnação com quem viveu maritalmente desde que esta se tornou
viúva. Faleceu em 1924,foi igualmente Presidente de Junta de Freguesia em
Alvares no período de 2/1/1918 a 7/9/1919,sucedido posteriormente por Álvaro
Cortez Rebelo. Nasceu, tal como seus irmãos na Casa do Páteo, foi viver
posteriormente com sua prima Maria Encarnação, quando esta ficou viúva de
Manuel da Mota e moradores em Casal de Diogo Vaz. Aí viveu toda a sua vida até
falecer. Sua prima Maria da Encarnação, deixou-lhe em herança a casa que ficou
conhecida como a Casa do Padre.
O Padre José Maria faleceu no dia 15 de
Dezembro de 1924,deixando uma das maiores fortunas da região.
Foto do Padre José Maria Henriques de Matos |
Constância Henriques de Matos - nasceu a 6 de Novembro de 1837 Morreu solteira no casal de cima, a 23
de Setembro de 1930,na casa onde sempre viveu a Casa do Pátio em Casal de
Cima, foi a ultima da irmandade a falecer.
Dona Constância |
Fortunata Henriques de Matos (Gonçalves) - 1845-1885-Morre solteira Vitima de Tifo
Joana Henriques de Matos (Gonçalves) -1830-1885- Morre Solteira Vitima da Tifo
Manuel Henriques de Matos-Nasceu a 23 de Abril de 1829,em1903 faleceu no Casal de Cima, solteiro.
Foi chefe dos Progressistas no
Município de Gois.
Umbelina Henriques de Matos-Nasceu em Dezembro de 1830 e faleceu solteira em 1852
Joaquina Henriques de Matos-1826-1885
Antonino Henriques de Matos-1822-1846
Justina Henriques de Matos-1827-1901,casa com Manuel Lopes Falcão, alfaiate, oriundo da aldeia de
Amioso Cimeiro (1829-1882),deste casamento nasce:
Maria Encarnação –Nascida em 1856 ,morre solteira em 1885,com vinte e sete anos vitima de
uma vaga de Gripe na povoação.
Manuel Henriques Lopes Falcão 1859-1912-Jovem inteligente e empreendedor, após frequência na Universidade de Coimbra,
instala-se no Porto, onde se estabelece como comerciante, criando vasta riqueza. Morreu solteiro em
1912,naquela cidade.
Amália Assunção Henriques de Matos Falcão-23.12.1861- 7.5.1945 e casa com Manuel Lopes Ladeira. Tiveram um filho:
Fernando Falcão Ladeira-Casado com Maria Alice Henriques da Silva. Ficou conhecido como grande
benemérito na povoação. As gentes da terra recordam ainda hoje o Dr. Falcão como ficou conhecido
Sem comentários:
Enviar um comentário