No
artigo anterior escrevi sobre a Casa do
Pátio ,e proprietários da mesma. Da descendência dessa bastada casa do pátio
nasceu Maria Rita Henrique de Matos ,matriarca dum vasta prole ,ilustres da
povoação, e proprietários igualmente de abastada moradia em Chã de Alvares.
Nascida em Janeiro de 1823,em Casal de Cima, na Casa do Páteo, Maria Rita,
morreu em Janeiro de 1880.Casou com António Joaquim Alves da Silva, numa
cerimónia realizada em 5 de Fevereiro de 1850 na Capela de São José em Fonte
Limpa. A dita capela, terá sido cabeça de um vínculo do qual foi
Administradora, por nomeação ou por herança, a Senhora Morgada D. Josefa Maria
Gonçalves, mãe da Bisavó. António, seu marido, três anos mais velho, faleceu em
1879 e foi Presidente da Camara da Pampilhosa da Serra entre
1849-1851,Subdelegado do Procurador Régio e nomeado Escrivão da Fazenda em
1863.Possuia abastada fortuna. Tiveram diversos filhos:
José Maria
Henriques da Silva-Nasceu
nas Tulhas a 31.1-1851,e foi batizado a 5 de Fevereiro de 1851,na Igreja de
Nossa Senhora do Pranto, na Pampilhosa da Serra, pelo Padre José Alves
Henriques de Carvalho, seu tio materno e Padrinho. Fez os seus estudos na Universidade de
Coimbra, onde se formou em Direito em 1874,nesse mesmo ano e com apenas 23 anos
assumiu o cargo de Presidente da Camara
Municipal da Pampilhosa até 1879,tal como fora seu pai. Foi Administrador do
Concelho de Pampilhosa no período de 1881- 1883. Nesta data foi nomeado
Conservador do Registo Predial de Benavente. A sua vida seguiu então um novo
rumo. Fixou residência naquela vila Ribatejana e dedicou-se à vida política,
filiando-se no Partido Regenerador de João Franco, acompanhando-o na
dissidência. Foi eleito presidente da Câmara de Benavente. Em 1886, casou com
D. Maria Bernardina Ribeiro Telles, na localidade de Santo António do Couço, no
concelho de Coruche, onde se instalou. Tiveram numerosa descendência.
Após
a implantação da República deixou os cargos que desempenhava em Benavente para
se consagrar à agricultura, em cuja atividade obteve elevado prestígio tendo
sido considerado o maior e mais próspero lavrador do concelho de Benavente. Foi
um extraordinário benfeitor que utilizou muitos dos seus recursos em diversas
obras de beneficência e jamais esqueceu a sua terra natal, Pampilhosa da Serra,
acarinhando de forma especial a conferência de São Vicente de Paulo, a Caixa
Escolar e o Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense
Faleceu a 18 de Dezembro de 1944 em Santo
António do Couço. Chegou a ser considerado o maior e mais abastado lavrador do
concelho de Coruche.
Francisco
Henriques da Silva-Nascido
a 12 de Março de 1859.Morreu ainda na infançia.
António Maria
Henriques da Silva-nasceu
a 16 de Julho de 1853 nas Tulhas e foi batizado na Igreja de Nossa Senhora do
Pranto da Pampilhosa da Serra. Homem de notável inteligência foi Bacharel em
Filosofia e Matemática e Doutor em Medicina pela Universidade de Coimbra, onde
nos três cursos foi o aluno mais classificado. Escreveu “Tuberculose Externa e
Infeção Purulenta”. Segundo o Doutor Eduardo Abreu era o aluno da Universidade
que mais sabia de Medicina, no seu tempo. Foi médico no Concelho de Coruche
durante mais de trinta anos. Casou se a 24 de Abril de 1884,com Maria Salomé
Garcia
Maria da
Piedade Henriques da Silva- Nasceu em 15 de Outubro de 1854 em Pampilhosa da Serra, e aí na Igreja
Matriz foi batizada a 23 de Outubro. Casou com César Baptista Cunha, natural da
Freguesia do Vidual, e que há data do casamento era Diretor dos Correios na
Pampilhosa da Serra. Foi educado no Colégio do Piódão que lhe permitiu o nível
de conhecimento, para ir muito mais longe a nível profissional. Foi Diretor dos
Correios em Braga, em Leiria e anos mais tarde nos Restauradores em Lisboa. O
casal acabaria por se divorciar, indo Maria da Piedade viver em Casal de Cima.
Era mãe de:
-Maria Adelina Henriques da Silva Baptista-Devido á separação dos seus pais foi como
educanda para o Colégio das Ursulinas, com as despesas pagas pelo seu tio José
Henriques da Silva. Casou com Manuel das Neves, filho de João das Neves e Maria
Barata. Tiveram: Maria Silvina Batista das Neves, António Cesar Batista das
Neves e Manuel Batista das Neves.
-Francisco Henriques da Silva-nascido a 12 de Março de 1859.Foi batizado a
23 de Março de 1859,e foram seus padrinhos o Prior Francisco Ignacio Freire e
sua tia irmã Maria Cândida Henriques de Matos. Morreu moço
-Maria Alice Henriques da Silva
Batista-Casou com o Bacharel de
Direito pela U. de Coimbra Fernando Falcão Ladeira .
Filho de Manuel Maria Lopes Ladeira e Amália
Assumpção Henriques de Matos, membro de uma das mais preponderantes famílias de
negociantes, não só por serem bastante abastados, mas igualmente por existirem
ramos dessa família em varias povoações da freguesia, nomeadamente Fonte
Limpa , Foz, Chã de Alvares e Amioso.
Casou com Maria Alice Henriques da Silva
Baptista, na Capela de Santa Margarida a 22 de Novembro do ano de 1917, estudou
no Colégio de São Paulo em Coimbra e em 1916 foi Bacharel em Direito pela
Universidade de Coimbra, exerceu funções de
notário em Pampilhosa da Serra. Abastado proprietário em Casal de Cima,
possuía abastada fortuna e tinha bastante importância no panorama da nossa
aldeia. Sua esposa era neta de Maria Rita Henriques de Matos, e filha de César
Batista e Cunha e Maria Piedade Henriques da Silva. Tiveram dois filhos Fernando
Henriques da Silva Falcão, nascido a 16-04-18 e Maria Irene Batista Falcão
Ladeira, que morreram solteiros, sem geração. O primeiro a quem as gentes da
terra chamavam de Fernandinho, foi em jovem acometido de grave doença mental que
o levou largos anos para um estabelecimento hospitalar onde permaneceu largos
anos da sua vida. e Maria Irene morreu com 24 anos, em 1945 ,sendo lembrada pela sua beleza e elegância, que lhe
terá custado a vida pois terá morrido, com a vinagra. A sua preocupação
exagerada com o peso terá levado ao consumo exagerado de vinagre que esteve na
origem do seu falecimento precoce.
A sua esposa veio a falecer já na
década de oitenta ,pouco tempo depois do falecimento do seu ilho Fernando.
Foram os pais do Dr. Falcão, Manuel Lopes
Ladeira e Maria Amália Assunção Henriques de Matos, quem por volta de 1890 mandou
erguer uma abastada residência anexa á Casa do Pátio ,visto que Dona Amália,
como era conhecida, ser filha de uma das Morgadas, Dona Justina, que
provavelmente cedeu o terreno para que sua filha ali habitasse junto a si.
O
imóvel era ao gosto da época com grandes dimensões e com uma característica
varanda de madeira que dava para a propriedade rustica anexa á casa.
Infelizmente
apenas habitada de forma permanente até ao falecimento de Dona Amália na
década de quarenta ficando desde então desabitada.
O estado de abandono e degradação do imóvel
foi se agravando ao longo dos anos, até que em 2000 foi devastada ao ser
engolida num mar de chamas durante o incendio florestal desse verão.
No final do texto existe aqui um erro! D. Alice Falção faleceu antes do seu filho Fernandinho, pouco tempo antes, mas assim foi.
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