sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Estrangeiros rejuvenescem o concelho de Góis

O concelho de Góis está a rejuvenescer graças aos cidadãos estrangeiros que, nos últimos anos, ali se têm instalado. São, sobretudo, ingleses, alemães e holandeses das classes média e alta, em idade ativa, com crianças que crescem bilingues. Uns apostam em negócios próprios, outros trabalham por conta de outrem, mas todos vivem inseridos na comunidade, vencendo, lenta e pacientemente, a barreira linguística. Calcula-se que sejam já cerca de 300 a residir na área, corroída pela desertificação. Muitos estão a repovoar aldeias.
Atento ao fenómeno, o Movimento Cidadãos por Góis uniu-se à empresa "Probus Sigma" para criar, em 2007, o "The Expatriate Information Bureau" (EIB), um gabinete de apoio à população estrangeira. Tarefas como comprar casa ou fazer registos ficam, assim, facilitadas. Além disso, o EIB criou o "Programa Fornecedor Aprovado", para auxiliar os estrangeiros na obtenção de serviços honestos e justos. Cada fornecedor aprovado recebe um autocolante de recomendação para pôr na montra. A ideia é "combater a tendência para fazer os estrangeiros pagar mais", explica José Barros, presidente do Movimento Cidadãos por Góis.
José Barros relembra o momento em que reparou na existência de dezenas de nomes de cidadãos estrangeiros a viver em Góis, na lista telefónica. "E aqueles eram só os que tinham telefone fixo! Decidimos [o Movimento] fazer algo em favor desta colónia estrangeira, que interessa a uma região que se está a despovoar". As crianças de outras nacionalidades "salvaram" mesmo uma escola primária do encerramento, conta.
Este movimento de fixação é uma enorme mais-valia para o concelho, assegura José Barros. Ainda assim, lamenta "O poder local está completamente alheado do fenómeno. Toda a iniciativa tem partido da sociedade civil".


Na freguesia de Alvares  são vários os casos de antigas habitações isoladas que foram recuperadas nos últimos anos ,depois de adquiridas por cidadãos na sua maioria Ingleses ,mas também Holandeses, Alemães e Belgas. Estevianas, Alvares, Varzina ,Mega Cimeira e Chã de Alvares são alguns dos exemplos de lugares com população de origem europeia a residir de forma fixa, sendo que na aldeia da Bouça já a totalidade dos habitantes é de origem estrangeira. A procura de casas é cada vez maior. Segundo a imobiliária Esfera Real, de Pedrogão Grande é cada vez maior a comunidade de estrangeiros residentes ,tendo em conta o numero de imoveis vendidos nos últimos anos.
A fixação dos jovens e o combate à desertificação vão continuar a ser, os principais desafios do município de Góis, que registou em 2013 apenas 18 nascimentos. Este é o número registado pelos serviços autárquicos, beneficiando de um incentivo de 500 euros, que a Câmara Municipal atribui por cada novo filho de pais residentes no concelho.
Evitando estabelecer uma relação direta com este apoio excecional – criado em 2007 com o valor de 250 euros – e agora no montante de 500 euros, a autarca socialista Lurdes Castanheira realçou que o concelho alcançou em 2013 “a melhor taxa de natalidade” dos últimos anos.
Pela primeira vez, 18 nascimentos permitiram aos pais receber aquele benefício.
No âmbito do programa de incentivo à natalidade, a Câmara registou 16 nascimentos (2008), 11 (2009), 15 (2010), oito (2011), 12 (2012) e 18 (2013),em 2021 nasceram apenas 11 crianças.
Como o número de falecimentos é muito superior (foram 93 os óbitos registados em 2021),esta taxa de natalidade não compensa: o concelho de Góis era habitado por 4.260 pessoas em 2011, segundo dados oficiais, menos 634 pessoas do que os 4.894 habitantes que contava há cerca de dois séculos, em 1801.
Em 2021 apenas foram contabilizados 3826 habitantes, sendo o saldo natural (diferença entre nascimentos e óbitos),superior a 80 anual ,é provável que em 2031 a população não chegue sequer aos 2900 habitantes.
O orçamento municipal para 2014 ascendeu a 8,8 milhões de euros, sendo “mais de 30% absolvido pelos recursos humanos” da autarquia, que emprega 170 trabalhadores.

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