Estando actualmente a pouco mais de duas horas e meia de
Lisboa, durante muitos anos, ou melhor, desde sempre , a Chã
de Alvares esteve perdida ,tal como todas as aldeias da região,e isolada no meio
das serranias da coordilheira central onde se situa.
A ligação foi desde sempre feita através de veredas e
carreiros que a ligavam a Coimbra e Miranda do corvo e daí a Lisboa, indo em
direcção a Sul e outros trilhos, em direcção a norte que ligava a Góis, Arganil
e a toda a região Norte do País.No final da década de trinta, cerca de 1937,foi construída graças às diligências do Sr. Américo Seabra e do Dr. Fernando Falcão Ladeira e obviamente com a ajuda do bairrismo local, uma estrada carreteira que ligou a povoação á estrada da Portela do Vento, que nessa altura estava emperrada a 4 km de distância, na barroca da Valzanha. Para o efeito foi aberta uma subscrição pública, tendo se também conseguido um subsídio da câmara, no valor de 5000 escudos, quantia avultada para a época.
Estava nessa época em construção a ponte, que liga Casal de Baixo á antiga estrada de Alvares, ponte essa ainda hoje existente, e sita no Valado (Porto de Alvares) ao fundo do lugar. O preço da mesma foi de 345.90 escudos, e a brevidade com que foi feita só foi possível graças ao adiantamento de 82 escudos por parte de Antonino Barata Marques, que disponibilizou ainda espaço na sua ferraria, para guardar as vigas de ferro, disponíveis desde 1937,já que tinham sido retiradas de uma ponte em Alvares, destruída pelas cheias. Foram ainda orçamentados por 900escudos os arranjos dos acessos á mesma. Vítor Duarte, angariou cerca de 122.50 Escudos, entre os filhos do Casal de Baixo residentes na capital. A Comissão para a dita construção era composta ainda por: João Barata, Antonino Miguel, Antonino Barata Marques, Manuel Ferreira.
Em 1940,o governo concede 1000 escudos para arranjo do caminho entre Porto da Laje e Favacal, um ano antes, em 1939 no Casal de Baixo, por iniciativa de Antonino Barata Marques e com auxílio de alguns filhos da povoação se procedeu ao alargamento de uma rua que dá ligação da rua pública para a Vinha, sendo desde então possível passar um carro de bois, coisa até então impossível. O alargamento foi feito para um tapado do Sr. António Cortez Rebelo, de Alvares.
Ao longo das ribeiras existiam pequenas pontes que serviam de ligação a várias direcções. A designação dada pelo povo a esses lugares era de Porto, havia assim o Porto da Laje (Porta laje), onde havia uma antiga ponte que ligava o Covão aos restantes casais, o Porto de Alvares, no Valado ao fundo do Casal de Baixo, que ligava á estrada de Alvares, e mais afastado o Porto de Borreis.
No entanto a construção das mesmas era tão deficiente que
não raras vezes nas enxurradas das rigorosas invernias, acabavam destruídas
pelas forças das águas.
A ligação á Pampilhosa da Serra foi possível na década de
sessenta com a construção da Ponte dos Cegos, que substituía assim as pontes
submersas anos antes pelo enchimento da albufeira do Cabril.
Para Pessegueiro, no entanto a situação foi desde sempre
mais complicada devido ao relevo acidentado junto á Quinta do Porto da Telhada.
A estrada EM 549,só ficaria concluída no final da década de setenta, ligando
assim Pessegueiro á EN2.Em 1977,iniciaram os trabalhos do segundo lanço da
estrada entre a Chã e Fonte Limpa, obrigando a certas correcções na rede viária
do Casal de Cima, obrigando inclusive a demolições.
O 3º lanço entre Fonte Limpa e Telhada seria concluído já no
inicio da década de 80.
A estrada de Ligação á Carrasqueira foi aberta em 1968,tendo
a Liga comparticipado com 1500 escudos.
Até essa data a EN 2 só beneficiou e atingiu a Chã na sua
periferia, e por isso a necessidade de uma outra via de comunicação entre o
Canto do Coelho e o Favacal, substituindo o existente, que era bastante
irregular e precário, impossibilitando o tráfego de viaturas, que utilizavam
preferencialmente o ramal de ligação que ligava o Casal de Cima á estrada
Nacional, no Vale da Nogueira. Os trabalhos de construção da E.M 549iniciaram se
em 1967 e demorou vários anos a ficar concluída na sua totalidade.
Curiosamente seria em 1933,que chegou á povoação o primeiro
automóvel, do nosso conterrâneo, o industrial Antonino Barata Neves, que nessa
altura residia em Coimbra e que efectuou a proeza de conduzir o seu automóvel
pelos intransitáveis caminhos, e mesmo pelo meio do mato desde a Catraia da
Roda, onde terminava nessa altura a EN 2.
A estrada de ligação à Carrasqueira, nesse tempo, nem sequer passava pela povoação, como acontece hoje. Essa ligação, tal como está só foi possível na década de 70.
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