quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quantos somos?

Chã de Alvares-95 habitantes
Já estão disponiveis os dados referentes ao censos de 2011,no que refere á população por lugares.
Chã de Alvares, que no ano de 2001,tinha  uma população residente de 128 habitantes,teve um decréscimo de cerca de 25%,na ultima década.
Actualmente vivem na povoação,no total dos seus aglomerados, 95 habitantes.Apesar do rejuvenescimento populacional ocorrido na última década ,a redução populacional foi superior ao decréscimo da freguesia de Alvares no seu total.
A freguesia de Alvares com os actuais 812 habitantes ,viu a sua população diminuir em 19%.,face a 2001.Na Chã ,a redução foi de 25%.As povoações com mais população na freguesia de Alvares são:

Cortes-164 Habitantes(204 com residentes do Lar)
Chã de Alvares-95 habitantes
Alvares-87 habitantes(123 com residentes do lar)
Mega Cimeira-40 habitantes
Amioso do Senhor-37 habitantes
Roda Cimeira-35 habitantes
Amioso Fundeiro-35 habitantes

De destacar que 50% da população da freguesia de Alvares vive em apenas 3 povoações.
Algumas povoações estão já desetificadas:Boiça e Caniçal ,por sua vez a  Relva da Mó tem apenas 1 habitante.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Gripe Pneumónica em Chã de Alvares

Após a  Grande Guerra de 1914-1918,todo o continente Europeu foi fustigado por uma grande epidemia de Gripe, que seria baptizada de Gripe Espanhola ou Influenza, que tomou proporções mundiais tendo  vitimado mais pessoas que a própria guerra.
 O índice de mortalidade foi tal que em Portugal, houve concelhos em que em 1917-1918 o número de falecimentos foi brutalmente superior ao de nascimentos. No final da década ,nos censos de 1920,seria inclusive registado o decréscimo de população face a 1910.Parte dessa quebra demográfica esteve ligada ,á mortandade provocada não só pela emigração , mas também pela Gripe Pneumonica.

Como é natural, também a Chã de Alvares foi atingida por essa epidemia, que matou um largo número de pessoas  deixando muitas famílias desfeitas.

O concelho de Góis chegou inclusive a tomar medidas de combate á epidemia, construindo uma enfermaria provisória com apoio da Misericórdia anexa á Escola de Góis,  e pedindo auxílio para que fossem enviados farmacêuticos e médicos para o concelho visto que o próprio Medico local Dr. Mário, adoeceu. Foram proibidas as estrumeiras que em muitas aldeias cobriam as ruas, sendo que as  existentes foram retiradas no prazo de 5 dias.

Mais de uma dezena de pessoas morreram na nossa aldeia. Alguns casos bem demonstrativos  da calamidade que se abateu sobre o mundo em geral e igualmente em Chã de Alvares.Contam os mais idosos que os coveiros não tinham mão a medir,sendo varias as mortes diariamente.

No Casal de Baixo morreram com diferença de dias Ana Prazeres, casada com Manuel Duarte e os seus filhos Artur e Libania de 24 e 17 anos respectivamente.

No Casal de Cima faleceriam também Alzira Jesus, de 6 meses, Manuel Antunes de 2 anos e Albertina de Jesus de 4 anos, todos filhos do casal Manuel Antunes e Maria de Jesus.

A 15 de Novembro de 1919, morre vítima da gripe às 2 horas da manhã, na sua casa José Maria Lopes Froes, casado com Emília Cortez. Tinha 40 anos. Às 10 horas do mesmo dia morre a sua filha de 6 meses
José estava recentemente casado com Emília Cortez,e eram ambos de famílias abastadas de Tulhas e Santa Margarida. Ela filha do abastado proprietário das Tulhas, Manuel Pedro Lopes Cortes e de Adelaide Baeta Cortes, tinha mais 9 irmãos.E ele de Manuel Lopes Frois.. Viviam numa casa, no centro do Casal de Cima, que fora de Francisco Lopes Ladeira e da esposa D. Emília Barata Lima casados em 1876

Faleceria ainda o  jovem João Vítor de 23 anos, filho de António Maria Vítor e Maria das Dores, que fugiu á guerra, tendo desertado, e acabou assim por falecer vítima das consequências da mesma, visto que o fim da mesma e o regresso dos soldados os casa foi um dos factores que ajudou á propagação da doença.

Outras vítimas:

Manuel Barata Rosa-o filho de José M. Rosa e Encarnação Barata

Casimiro Neves, casado com Joaquina Maria

Vitelvina de Jesus, 37 anos casada com António Pedro

Serafim Hipólito de 75 anos , filho de Josefa Gonçalves e João Hipólito

Maria Encarnação, 15 anos filha de Francisco Paula e Maria Joana

Beatriz Maria de 70anos,viúva de Joaquim Lopes

Adriano Domingos, de 3 anos, filho de Joaquim António e Adelaide Maria

Maria de Jesus, de 3 anos, filha de Lusitânia de Jesus

De modo a acudir as vítimas foi doado 20 escudos por Artur Cortez e distribuída á seguinte lista:

Casal de Baixo: Maria Emília do Chico, M. Joana, M. Rosário, Justina Maria, S. Margarida: Maria Barata Lima

CASAL DE CIMA: Adelino Luz, Maria do Carmo, Emília Carvalho, Maria Júlia, M. Carmo, viúva de Justino Rafael, Emília do Ricardo e Ludovina Maria

Não é possivel de forma concreta dizer o numero de vitimas na Freguesia,contudo pelos relatos na Imprensa Regional da época ,Alvares e Cortes foram das povoações mais atingidas pela Gripe,que só por volta de 1920,foi dada como controlada.

A gripe Espanhola,causou mais vitimas que a 1ª Grande Guera

terça-feira, 12 de julho de 2011

Recantos da Chã

Antiga Escola

Interior do Lagar

Casa na Lombinha,Casal de Baixo

Casa Primitiva das Tulhas

Fonte no Casal de Cima

Centro do Casal de Cima

O abandono no Caniçal

A entrada da povoação,ao fundo da EN2

Habitação em Xisto,no cimo do lugar



Mais uma casa abandonada



Á entrada do Caniçal,do lado esquerdo uma das primeiras casas


Uma das casas alvo de vandalismo...




A casa da familia mais rica da Povoação



Por cima da porta,a data de construção 1787



Com várias dezenas de habitantes ,até há década de 50,a povoação do Caniçal,está desde os anos 80 votada ao abandono.Actualmente todas as habitações que formam o lugar estão em avançado estado de ruina,excepção feita a 3 casas que ainda são habitadas sazonalmente pelos seus proprietários.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Centro Interpretativo da Resina em Chã de Alvares




– A Liga de Melhoramentos de Chã de Alvares apresentou uma candidatura ao PRODER –, para a implementação de um Centro Interpretativo da Resina em Chã de Alvares na freguesia de Alvares, concelho de Góis.



A implementação do Centro Interpretativo da Resina pretende-se dotar o concelho de um espaço cultural para a divulgação da importância da resina e do pinhal, bem como levar ao conhecimento do público que a resina, produto endógeno, foi importante no desenvolvimento económico e social nesta freguesia e consequentemente no concelho de Góis.



Foram ainda inumerados alguns dos objectivos do Centro Interpretativo da Resina designadamente: associar a atividade resineira à etnografia local: trajes, cantares e utensílios; promover o património natural e cultural local, realizando para o efeito atividades que despertem o cidadão para a riqueza do pinhal e importância que a atividade resineira teve na região; tornar-se um pólo de atração inserido no roteiro turístico do concelho, bem como



divulgar a memória da extração da resina através das coleções; preservar e reutilizar o edifício da Escola Primária; desenvolver actividades didáticas e pedagógicas no âmbito da resina e do pinhal; oferecer à população local e ao turismo em geral um espaço cultural que promova o conhecimento sobre esta temática e estabelecer uma ligação com os estabelecimentos de ensino e outros por forma a contribuir para o melhor conhecimento desta temática. Mais referiu, que a presente candidatura prevê um investimento total de duzentos mil e euros.

domingo, 3 de julho de 2011

Escolas a encerrar no concelho de Gois



São quatro as escolas a encerrar no próximo ano lectivo no concelho de Gois,são elas:

Escola Básica 1º Ciclo de Ponte de Satão
Escola Básica de Alvares
Escola Básica do Bordeiro
Escola Básica de Ponte de Sotão

Encerra assim 2 anos após a data de inauguração ,o Centro Escolar de Alvares que custou mais de meio milhão de euros...uma prova do despesismo e descontrolo que impera em Portugal.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

INE,divulga resultados dos censos




O Instituto Nacional de Estatistica,divulgou hoje os primeiros resultados dos Censos 2011.


Na ultima década a freguesia de Alvares,perdeu cerca de 25% da sua população residente.


Alvares conta assim um total de 784 habitantes,nos ultimos censos efectuados em 2001 eram 1045.Do total de habitantes cerca de 40%,da população vive em Cortes,Chã de Alvares e na Vila de Alvares, as maiores povoações da freguesia.

Mais drástica foi a quebra na freguesia da Portela do Fojo(Amoreira),que perdeu 35% da população de 578 para apenas 372.
Na região apenas a freguesia de Pesseguiro teve ligeiro aumento populacional,contando actualmente com 240 habitantes,sendo que em 2001 eram apenas 204.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Chã de Alvares e a Grande Guerra













Foi em 1917,por altura do Entrudo,que nesse ano foi proibido de ser festejado,por decreto ,devido ao envolvimento de Portugal no cenário de guerra na Europa,que as gentes de Chã de Alvares se viram envolvidas em algo que estava tão longe do seu imaginário.

Aliás ,a vontade para festejar era de facto nenhuma,tendo em conta que 16 jovens de Chã de Alvares estavam convocados para fazerem parte do C.E.P,(Corpo Expedicionário Português),que iria em Abril para os campos da Flandres lutar contra o inimigo,numa Guerra que não era nossa.

Os mobilizados foram: José Maria Antão, seu irmão João Antão ,Artur Duarte, Manuel Hipólito, Serafim Romão, José Simões, António Tomé, Joaquim Miguel, José Henriques Almeida, Joaquim Bernardo, José Maria Fernandes, Serafim João, Manuel Francisco Paula e João Lopes. Além destes, foram ainda mobilizados, João Victor e João Alves Roda, que optaram por desertar e se esconder durante largo tempo nos barrocos da serra, fugidos das forças militares sediadas em Góis. Alguns deles eram já casados à data da partida para o campo de batalha. António Tomé deixou a sua esposa Joaquina grávida, felizmente regressou vivo para ver o seu filho Francisco Tomé.

Seria necessário mais de um ano até os dois jovens do Casal de Cima saírem da sua condição de desertores. Em Maio de 1918 seria decretada pelo Presidente da República uma amnistia para diversos tipos de crimes.

Apenas houve uma vitima mortal, foi ele Joaquim Miguel do Casal de Baixo, soldado nº305 ,da 10ªComp.Infantaria,tinha 22 anos e faleceu no campos de Moçambique a 20 de Abril de 1918,era filho de Abílio Miguel e Maria das Dores.

O último destes combatentes foi João Antão,de Casal de Baixo,que faleceu na década de 90,já com 95 anos .