quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Emigração para o Brasil 1880-1910

 

Emigração

 

Para fugir á pobreza generalizada a população de Chã de Alvares teve necessidade de partir para outros rumos de forma mais ou menos definitiva. Até meados do século vinte, essa emigração sempre se caracterizou por ser sazonal, em direção aos campos do Alentejo, Ribatejo e Raia Espanhola, mas também para Lisboa, principalmente os homens, onde exerciam funções no Porto de Lisboa, ou então como moço de Fretes. Até á década de trinta, poucos foram aqueles que ousaram a sair do país. Os que o fizeram dirigiram-se para o Brasil, nesse tempo visto como o El Dourado.

Os principais portos usados pela emigração portuguesa eram os das cidades de Lisboa, no rio Tejo e do Porto, no Rio Douro. Até à década de cinquenta do século XIX a viagem era feita em barco a Vela, demorando cerca de 50 dias, para chegar ao Rio de Janeiro. A partir de 1851, usando o vapor, esta viagem passou a demorar apenas cerca de 24 dias.

Se o vapor não fizesse qualquer escala, a viagem poderia fazer-se em 15 dias, de Lisboa ao Rio de Janeiro.

A viagem De Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1827, demoraria cerca de 60 dias, incluindo os percalços decorrentes dos ataques dos corsários.

Quase todos, à chegada ao Rio de Janeiro ou a outros portos brasileiros, eram acolhidos por um parente ou vizinho instalado no Brasil, que promovia a sua integração nas atividades comerciais de destino, principalmente como caixeiros, para quem levavam uma "carta de recomendação”.

As embarcações a vapor tinham apenas três classes. A terceira classe era destinada ao emigrante que fazia a primeira viagem. De 1920 em diante, muitos vapores ou paquetes, como eram designados, passaram a dispor de quatro classes: as três primeiras possuíam cabines e, a última era reservada aos emigrantes, onde vinham amontoados, em porões abafados, mal iluminados, e geralmente superlotados, onde eram evidentes as más condições de higiene.

Muitas leis foram publicadas obrigando a que os vapores dispusessem de certas condições para as viagens. Contudo, raramente aquelas obrigações eram cumpridas pelos armadores e capitães de navio.

No final do século XIX, os principais portos de desembarque no Brasil eram os portos do Rio de Janeiro e o de Santos, no Estado de São Paulo. Os Emigrantes que entravam pelo Rio de Janeiro eram alojados na Hospedaria da Ilha das Flores. Os que aportavam a Santos ficavam na cidade ou iam diretamente para os destinos, sendo na maior parte dos casos recebidos por parentes ou familiares que os acolhiam à chegada.

A emigração, na primeira metade do século XIX, estava limitada aos que podiam suportar o financiamento da viagem.

Para se entender a dimensão relativa desta importância, apresentamos como referência a "jorna" ou jeira" salário diário de um trabalhador rural no valor de $160 réis, sendo necessários cerca de 208 dias de trabalho para financiar a viagem para o Brasil.

Assim, se hoje o mesmo trabalho diário corresponder, no mesmo contexto, a cerca de 40 Euros, o custo da viagem rondaria os 8 320 euros.

Face às despesas da viagem, estamos perante um impedimento da emigração generalizada, o que explica a emigração clandestina e a seletividade da emigração aos que tinham capital disponível ou a possibilidade de recorrer ao crédito.

Ao mesmo tempo, o capital social de que estes proprietários rurais dispunham em Portugal, constituía-se como bastante para legitimar o cumprimento de obrigações implicitamente estabelecidas e inscreviam-se em valores próprios de origem: seriedade, honra e palavra e davam sentido à forma como eram acolhidos e bem recebidos no Brasil. Estes valores eram inscritos em referências de legitimação social e familiar, tais como, o compadrio e o apadrinhamento, reforçados nos laços de parentesco, ainda que afastado, explicando-se, deste modo, muitos dos casamentos entre "primos".

Assim sendo, com a miséria generalizada da população e o isolamento da região, explica-se o facto de até á década de 30 ser muito reduzido o número de emigrantes. Poucos foram aqueles que saíram para o Brasil.

No concelho de Góis e até a primeira década do século XX a emigração era quase inexistente nas freguesias de Cadafaz, Colmeal e Alvares, talvez por serem as mais isoladas. Enquanto Vila Nova do Ceira, e Góis contribuíam anualmente com dezenas de jovens, na sua maioria homens e na sua maioria com destino a Manaus.

Segundo os registos foram: Caetano Ferreira Fontes, de Santa Margarida, António Maria Cortez de Amioso Fundeiro, ainda antes de 1880, e posteriormente Francisco Lopes Ladeira e sua mulher Maria Emília, do Casal de Cima, António Henriques Filipe, nascido em Caniçal, mas com ligação familiar ao Casal de Baixo, saídos antes até 1900, os primeiros a se aventurarem rumo ao Brasil,

Em comum, todos eles tinham, não apenas a ambição, mas o facto de ter como base razoáveis condições económicas, visto todos serem descendentes de famílias de negociantes ou de lavradores mais abastados que o geral da população. Aqui fica um breve resumo de cada um daqueles que rumaram a terras de Vera Cruz.

 

Caetano Ferreira Fontes

Nascido a 25 de novembro de 1854 no lugar de Santa Margarida, filho de Maria Barata Lima e Manuel Ferreira Fontes. Foi dos primeiros locais a aventurar-se em terras longínquas. Partiu com a cara e a coragem para o Brasil, á procura de novos horizontes. O destino leva-o a instalar-se numa região em franca evolução económica, numa altura que a cultura do café se torna o motor de uma explosão económica no interior do Estado de São Paulo, ainda em tempos de escravatura, que só seria abolida em 1888.

Partiu para terras de Vera Cruz em maio de 1877, tinha então 22 anos. Pela Informação do seu passaporte conseguimos saber que tinha 1,68 de altura e olhos azuis e que o Porto de destino foi o Rio de Janeiro.

Os primeiros registos de Caetano no Brasil são do seu casamento na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, com Maria Guedes Pinto na Igreja de Nossa Senhora do Carmo a 25 de janeiro de 1879, tinha então 25 anos. A sua jovem esposa era filha de uma das mais tradicionais famílias locais, com vasta riqueza fruto da exploração de Fazendas.

Teve para com a sua terra diversos gestos de benemerência que devem ser recordados. O mais importante certamente o seu contributo para a obra da Escola e aquisição de material didático, indispensável para a boa função do ensino. Ajudou ainda, monetariamente no restauro da capela de Santa Margarida, quando em 1889, António Rebelo da Mota Arnault e José Maria Lopes Froes decidiram recuperar a capela então em ruína. Contribuiu ainda em 1892 com 1300 reis para a exploração e canalização de água para uma fonte na Vila de Alvares, junto á Igreja Matriz, e uma outra na freguesia.

Apadrinhou a viagem para o Brasil de alguns jovens da sua família direta, nomeadamente os irmãos João Ferreira Fontes e Maria Emília Barata Lima.

Em 1895 numa das suas viagens de visita a Chã de Alvares foi junto com sua esposa Maria Guedes padrinho de batismo de Manuel Barata Lima, filho do importante Industrial Alvarense do mesmo nome, que era seu tio-Avô e posteriormente em 1898 para o Batismo de sua sobrinha Palmira Barata Lima, filha de sua tia-avó Generosa Barata Lima e José Maria Barata, do Casal de Baixo.

Foi Presidente da Comissão da Colónia Portuguesa “Pró-Pátria”, criada para angariação de fundos para apoio a Portugal no tempo da Primeira Guerra Mundial.

Caetano faleceu na cidade de São Paulo a 13 de abril de 1922 deixando abastada fortuna com investimentos na área comercial e Agrícola com várias Fazendas no Interior de São Paulo Os seus descendentes são atualmente empresários na região de São Paulo.

Á data de sua morte o jornal “A Comarca de Arganil” relatava: “Os pobres desta freguesia perderam um desvelado protetor, pois amiudadas vezes para cá mandava dinheiro para ser distribuído pelos desprotegidos da sorte. Da última vez que cá veio a 12 junho de 1913 mandou ir toda a sua família ás Almas da Simantorta onde lhes ofereceu um esplendido picnic, voltando dali em Automóvel para Coimbra, onde residiu por algum tempo.

Deixou viúva a D. Maria Guedes, que viria a falecer 10 anos mais tarde a 6 de março de 1932.

O seu património em solo português foi herdado pelo seu sobrinho, Antonino Barata Neves.

Teve vários filhos:

1.1-José Ferreira Fontes- Nascido a 11 de novembro de 1879 em Campinas, casado com a sua prima direita Hermantina Guedes Fontes. Foi vereador e Prefeito da Cidade de Sertãozinho em 1929, onde viveu como Fazendeiro. Tiveram a:

1.1.1.-João Ferreira Fontes Sobrinho- Casado com Leonira Riccardi

1.1.2-Zuleica Fontes – Casada com Aníbal Veloso de Almeida

1.1.3-Caetano Ferreira Fontes Neto- Casado com Ruth Ferraz

 

 

1.1.4-Maria Ermelinda Guedes Fontes - Nascida a 5 de janeiro de 1884 em Campinas, São Paulo. Faleceu ainda jovem

1.1.5-Aurora Ferreira Fontes- Nascida a 11 de agosto de 1887, em Campinas, São Paulo, e faleceu solteira a 28-08-1930.

1.1.6-Augusto Ferreira Fontes- Nasceu cerca de 1895, formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina e Cirurgião de São Paulo. Casou-se com Maria das Dores Gaia. Envolvido no assassinato do Advogado Prudente de Moraes em 1930, na cidade de Sertãozinho. Faleceu a 2 de março de 1937 assassinado com apenas 43 anos.

 

(Correio Paulistano nº24836).

Teve a:

1.1.6.1-Manoel Ferreira Fontes-1914-1970- Casado com Elisa Ferreira Fontes.

1.1.6.2-Eurico Ferreira Fontes-1917-1981

1.1.6.3-Zulmea Gaia Ferreira Fontes

1.1.6.4-Francisco Ferreira Fontes – Casado com Antonieta Focaccia Fontes.

1.1.6.5-Djalma Ferreira Fontes

1.1.7- Maria Cecília Ferreira Fontes

1.1.8- Palmira Ferreira Fontes -Casada com Carlos Marcondes Vieira Lessa, neto do 1º Barão de Taubaté, António Vieira de Oliveira Neves.

 João Ferreira Fontes-Nascido em Santa Margarida a 13 de setembro de 1867, sendo seus padrinhos,

João Mota Tavares, Proprietário e Generosa Adelaide Mota Tavares, educanda no Convento de Semide. Foi pela mão do seu irmão que chegou ao Brasil em outubro de 1888, desembarcando no cais de Santos, no Estado de São Paulo.

Casou em Campinas com Maria Miquelina Guedes Pinto, sua cunhada, esposa de Caetano Ferreira Fontes. Tomou cargo junto com o irmão a administração da fortuna familiar da esposa, investindo no ramo comercial e na cafeicultura em vários Municípios do Estado. Em Catanduva manteve a empresa Camillo Perri &Comp dissolvida em 1922.

Faleceu na sua Fazenda Conceição a 12 de outubro de 1932 tinha 73 anos. Manteve sempre a sua ligação ao torrão natal tendo enviado em 1917, 50 escudos, para distribuir entre os mais pobres.

António Henriques Felipe

No ano de 1875, chega ao Brasil, um português que iria fazer história em Cataguases, trata-se de António Henriques Philippe, que foi talvez o caso de maior sucesso da Imigração da freguesia de Alvares para o Brasil.

Nascido na casa dos seus pais António Henriques Philippe e Ana Barata no lugar do Caniçal a 27 de setembro de 1853. Era neto de António Henriques Philippe e Josefa Maria Alves, e bisneto de Philippe Henriques de Coelhosa e Isadora Maria da Fonseca do Casal de Baixo. Tinha ainda ligações a Chã de Alvares, pois sua tia materna, Maria do Carmo Barata, casou na povoação de Chã de Alvares com João Barata Marques, e ligações de parentesco à família Arnault por parte do casamento de sua tia Maria de Jesus Philippe com Firmino Henriques Barreto (Descendente de António Rebelo da Mota, das Tulhas).

Consta no Arquivo do Governo Civil de Coimbra o processo de Passaporte concedido a 25 de maio de 1875.Por esse registo podemos saber que o jovem António tinha 1,66 m de altura, cabelo castanho e olhos azuis, e que sabia escrever. Terá partido pouco depois para o Brasil tendo como destino a cidade do Rio de Janeiro com o objetivo de fazer fortuna. Em 1875, o jovem chega ao então povoado do Santa Rita do Meia Pataca, onde trabalha na Estrada de Ferro Leopoldina Raigh-Way.
Com a transformação do povoado em Vila de Cataguazes e a inauguração da Estrada de Ferro, o comércio tem um grande desenvolvimento, aproveitando o dinheiro fácil obtido não só com a construção da linha férrea, mas igualmente com a cultura do café, e como bom emigrante que era, foi investindo o seu dinheiro.

Assim constrói em 1878 a casa comercial Henriques e Felipe & Cia, que ainda hoje existe, conhecida como «Casa Felipe". Constrói ainda o Palacete Philippe, onde viveu durante o seu período de vida em solo brasileiro. No entanto a sua ligação á sua terra nunca cessou. Nunca tendo casado, acabou por regressar por diversas temporadas ao longo da sua vida até fixar residência no Hotel Avenida em Coimbra. Os seus últimos dias foram aos cuidados do seu afilhado Antonino Barata Neves, do Casal de Baixo.

Em 1920 foi uns dois maiores mecenas para a reconstrução da Igreja Matriz de Alvares.

Faleceu a 6.7.1928 no Hotel Avenida em Coimbra, tendo sido sepultado no cemitério da Conchada, conforme noticiou a Comarca de Arganil nº 1464.

No mesmo jornal agradecem na qualidade de sobrinhos do falecido:

Encarnação Marques Duarte e Francisco Victor Duarte

António Henriques Filipe e esposa

Aquiles Henriques Filipe e Ana do Sacramento Marques Rosa e José Barata Rosa e seus filhos e Maria de Jesus Marques e Antonino Barata Neves e seus filhos.

Após a sua morte a sua fortuna foi entregue ao seu afilhado António Henriques Felipe Fonseca, que anos antes mandou chamar para junto de si no Brasil e cuja vida ficou igualmente ligada á cidade de Cataguazes, sendo ele um dos Fundadores do Clube de Remo local. Atualmente a fortuna familiar encontra-se na mão de Albano Henriques Felipe, que além de gerir a Casa Comercial fundada pelo seu Tio-avô, é paralelamente político destacado em Minas Gerais, onde foi candidato a Vice-Governador pelo PSD-MG.

Quem hoje visitar esta cidade brasileira poderá encontrar a Rua António Henriques Felipe, que ficará assim pra sempre perpetuado na história da cidade de Cataguazes.

Em finais da década de vinte partiu igualmente para terras de Vera Cruz o seu sobrinho Aquiles Henriques Filipe que foi o último a manter o laço ao torrão Natal. Faleceu em maio de 1977, com 76 anos e foi apenas pouco tempo antes da sua morte que todas as propriedades e a famosa Casa dos Filipes do Caniçal foram vendidas.

 

José Barata das Neves- Nasceu no Casal de Baixo a 3 de outubro de 1897, filho de José Maria Barata e Generosa Barata Lima. Partiu em 1911 com apenas 13 anos para o Brasil, junto com o seu irmão João. Faleceu no Brasil em 1935.

João Barata Neves- Nasceu no Casal de Baixo, filho de José Maria Barata e Generosa Barata Lima. Partiu em 1911 para o Brasil, rumo ao porto de Santos, tinha então apenas 11 anos.

Faleceu em 1918 vítima de Pneumónica.

João Abílio Lopes- Filho de Maria Rufina e Abílio Lopes, do Casal de Cima, sapateiro. Rumou ao Brasil por volta de 1910.Sua Irmã Maria Abília Lopes, foi casada com Manuel Paula, faleceu com poucos mais de 20 anos vítima da varíola, dias depois da morte de seu pai vitimado pela mesma doença que fustigava a região nesse ano de 1919.

João Morais- Nascido no Casal de Santa Margarida, no ano de 1896, filho de José Morais e Ana Barata Lima. Partiu para o Brasil em 1917, onde chegou em março desembarcando no Porto de Santos. fixando residência nos arredores da cidade de São Paulo, primeiro como Chacareiro e posteriormente como comerciante. Faleceu na década de 70

Maria da Encarnação- Nascida no Casal de Santa Margarida a 14 de setembro de 1892, filha de José Morais e Ana Barata Lima. Partiu para o Brasil por volta de janeiro de 1908.Regressou a Portugal, casou com José Alves Roda em 1910.

João Victor Júnior- Nasceu no Casal de Cima no ano de 1894, partiu junto com João Morais para o Brasil, em fevereiro de 1916, um mês antes da entrada de Portugal na Grande Guerra, que já lavrava nos campos da Europa. Curiosamente, ambos, conseguiram dispensa Militar, num momento bastante conturbado. Depois de alguns anos no Brasil, e terminada a Primeira Grande Guerra, João Vítor regressou a Portugal. Em 1926 casa com Maria dos Prazeres Clemente, de janeiro de Cima. Faleceu em janeiro de 1937, vítima de acidente de trabalho no Porto de Lisboa. Deixou duas filhas, Alzira e Guilhermina.

Francisco Lopes Ladeira - Nascido no Casal de Cima a 9 de março de 1850, filho de uma família de negociantes, foram seus pais Manuel Lopes Ladeira e Luísa Alves. Casou a 20 de novembro de 1876 com Maria Emília Barata Lima de Santa Margarida, sobrinha de Caetano Ferreira Fontes. Partiu para o Brasil em agosto de 1883, sozinho, deixando no Casal de Cima onde vivia, sua esposa Emília e seus três filhos.

Com ajuda do tio de sua esposa abriu uma loja de Secos e Molhados numa das principais artérias da cidade de Leme, Estado de São Paulo. O negócio, acompanhando o rápido crescimento económico da região derivado da Cultura do Café, rapidamente lhe trouxe lucro suficiente para se tornar um respeitado comerciante local expandindo os negócios junto com o seu sobrinho, António Lopes Ladeira. Em 1899 regressa a Portugal para levar para junto de si os filhos e a esposa.

Com o lucro do seu progresso comercial, manda construir no Casal de Cima uma abastada casa que pouco chegou a desfrutar, pois acabou por falecer aos sessenta anos, assassinado a 28 de fevereiro de 1906

Manuel Lopes Ladeira- Nasceu no Casal de Cima a 07 de dezembro de 1877.Foi o primeiro dos filhos de Francisco a partir para junto do seu pai no Brasil em 1888, levado pelo seu tio materno João Ferreira Fontes.

Manteve sempre ligação a Portugal. Foi Fazendeiro e Comerciante na Cidade de Leme, São Paulo, onde foi Presidente da Prefeitura Local entre 1913 e 1916.Faleceu com 93 anos a 2 de maio de 1971 na cidade de São Paulo. Casou com Elisa Leme Ladeira, brasileira, e teve 12 filhos.

António Lopes Ladeira -Nasceu a 22 de janeiro de 1880 nasceu no Casal de Cima, onde viveu até 1899, ano em que partiu com a sua mãe para junto do seu pai Francisco em terras brasileiras. Casou com Barbara da Luz. Faleceu no Brasil a 31 de janeiro de 1932, na cidade de Araras, onde viveu os últimos anos da sua vida. Não deixou descendência.

João Lopes Ladeira Nasceu a 02 de abril de 1882.Partiu para o Brasil em 1889, junto com o seu irmão António e sua mãe. Exerceu advocacia na cidade de Araras depois de se naturalizar brasileiro em 1908.Anos mais tarde fixou residência em Catanduva, São Paulo, onde faleceu a 2 de junho de 1968.Casou em 1905 com Núncia da Silva Xavier de quem teve 6 filhos.

António Lopes Ladeira- Nasceu no Casal de Cima a 22 de outubro de 1868, filho de João Lopes Ladeira e Ana Barata Lima. Com pouco mais de dez anos parte para o Brasil para junto do seu tio Francisco, e com ele se estabeleceu inicialmente na cidade de Leme, abrindo Sociedade Ladeira & Sobrinho.

Dissolvida a sociedade, da casa comercial em São Carlos-SP, instalou-se em 1911 na Cidade de São Paulo na Rua dos Protestantes, onde fundou uma Charutaria, construindo a sua casa na Rua Saguairu,31 em 1927.Voltou a Portugal, a passeio, com a sua família em 1908.Casou com Ana Leme a 13 de agosto de 1895, de quem teve 4 filhos. Faleceu a 17 de fevereiro de 1939 na cidade de São Paulo.

Maria Emília (Barata Lima) - Nascida em Santa Margarida, a 8 de fevereiro de 1857, filha de Manuel Ferreira Fontes e Maria Barata Lima. Foram seus Padrinhos o avô-materno, Manuel Barata e Ana Cândida, viúva de João Lopes Frois, todos de Santa Margarida. Partiu para o Brasil em finais de 1889. Ficou viúva de Francisco Lopes Ladeira com 49 anos tendo regressado a Portugal para usufruir largas temporadas no Casarão mandado construir pelo casal no centro de Casal de Cima. Anos mais tarde acaba por vender o património em solo português e nunca mais regressou. Faleceu com 86 anos a 2 de agosto de 1943 na cidade de Leme.

Lápide de Maria Emília, cemitério da Cidade de Leme, SP-Brasil

João Ferreira Fontes-Nascido em Santa Margarida a 13 de setembro de 1867, sendo seus padrinhos, João Mota Tavares, Proprietário e Generosa Adelaide Mota Tavares, educanda no Convento de Semide. Foi pela mão do seu irmão que chegou ao Brasil em outubro de 1888, desembarcando no cais de Santos, no Estado de São Paulo. Casou em Campinas com Maria Miquelina Guedes Pinto, irmã de Maria Guedes Pinto, esposa de Caetano Ferreira Fontes. Tomou cargo junto com o irmão a administração da fortuna familiar da esposa, investindo no ramo comercial e na cafeicultura em vários Municípios do Estado. Em Catanduva manteve a empresa Camillo Perri &Comp dissolvida em 1922.Exerceu cargo político na Prefeitura de Sertãozinho, cidade onde o seu nome consta da nomenclatura local, Avenida João Ferreira Fontes.

Faleceu na sua Fazenda Conceição a 12 de outubro de 1932 tinha 73 anos. Manteve sempre a sua ligação ao torrão natal tendo enviado em 1917, 50 escudos, para distribuir entre os mais pobres.

Serafim Alves Barata- Nascido no lugar da Carrasqueira a 20 de fevereiro de 1866.Rumou ao Brasil em 1899.Desembarcou no porto do Rio de Janeiro e embrenhou-se por terras de Vera Cruz, tendo-se fixado como Fazendeiro em Minas Gerais, onde casou com Ana Alves Gomes Borges. Os seus descendentes vivem no Estado do Rio de Janeiro.

Maria Emília (Alves Barata) - Nascida na Carrasqueira a 17 de fevereiro de 1863, partiu para o Brasil, chamada por seu irmão Serafim, em 1904.Levou consigo o seu sobrinho de 12 anos, filho do seu irmão Joaquim Alves Barata e Justina Maria residentes no lugar do Caniçal. Desembarcou igualmente no porto do Rio de Janeiro.

  

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