Emigração
Para
fugir á pobreza generalizada a população de Chã de Alvares teve necessidade de
partir para outros rumos de forma mais ou menos definitiva. Até meados do
século vinte, essa emigração sempre se caracterizou por ser sazonal, em direção
aos campos do Alentejo, Ribatejo e Raia Espanhola, mas também para Lisboa,
principalmente os homens, onde exerciam funções no Porto de Lisboa, ou então
como moço de Fretes. Até á década de trinta, poucos foram aqueles que ousaram a
sair do país. Os que o fizeram dirigiram-se para o Brasil, nesse tempo visto
como o El Dourado.
Os
principais portos usados pela emigração portuguesa eram os das cidades de
Lisboa, no rio Tejo e do Porto, no Rio Douro. Até à década de cinquenta do
século XIX a viagem era feita em barco a Vela, demorando cerca de 50 dias, para
chegar ao Rio de Janeiro. A partir de 1851, usando o vapor, esta viagem passou
a demorar apenas cerca de 24 dias.
Se
o vapor não fizesse qualquer escala, a viagem poderia fazer-se em 15 dias, de
Lisboa ao Rio de Janeiro.
A
viagem De Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1827, demoraria cerca de 60 dias,
incluindo os percalços decorrentes dos ataques dos corsários.
Quase
todos, à chegada ao Rio de Janeiro ou a outros portos brasileiros, eram
acolhidos por um parente ou vizinho instalado no Brasil, que promovia a sua
integração nas atividades comerciais de destino, principalmente como caixeiros,
para quem levavam uma "carta de recomendação”.
As
embarcações a vapor tinham apenas três classes. A terceira classe era destinada
ao emigrante que fazia a primeira viagem. De 1920 em diante, muitos vapores ou
paquetes, como eram designados, passaram a dispor de quatro classes: as três
primeiras possuíam cabines e, a última era reservada aos emigrantes, onde
vinham amontoados, em porões abafados, mal iluminados, e geralmente
superlotados, onde eram evidentes as más condições de higiene.
Muitas
leis foram publicadas obrigando a que os vapores dispusessem de certas
condições para as viagens. Contudo, raramente aquelas obrigações eram cumpridas
pelos armadores e capitães de navio.
No
final do século XIX, os principais portos de desembarque no Brasil eram os
portos do Rio de Janeiro e o de Santos, no Estado de São Paulo. Os Emigrantes
que entravam pelo Rio de Janeiro eram alojados na Hospedaria da Ilha das
Flores. Os que aportavam a Santos ficavam na cidade ou iam diretamente para os
destinos, sendo na maior parte dos casos recebidos por parentes ou familiares que
os acolhiam à chegada.
A
emigração, na primeira metade do século XIX, estava limitada aos que podiam
suportar o financiamento da viagem.
Para
se entender a dimensão relativa desta importância, apresentamos como referência
a "jorna" ou jeira" salário diário de um trabalhador rural no
valor de $160 réis, sendo necessários cerca de 208 dias de trabalho para
financiar a viagem para o Brasil.
Assim,
se hoje o mesmo trabalho diário corresponder, no mesmo contexto, a cerca de 40
Euros, o custo da viagem rondaria os 8 320 euros.
Face
às despesas da viagem, estamos perante um impedimento da emigração
generalizada, o que explica a emigração clandestina e a seletividade da
emigração aos que tinham capital disponível ou a possibilidade de recorrer ao
crédito.
Ao
mesmo tempo, o capital social de que estes proprietários rurais dispunham em
Portugal, constituía-se como bastante para legitimar o cumprimento de
obrigações implicitamente estabelecidas e inscreviam-se em valores próprios de
origem: seriedade, honra e palavra e davam sentido à forma como eram acolhidos
e bem recebidos no Brasil. Estes valores eram inscritos em referências de
legitimação social e familiar, tais como, o compadrio e o apadrinhamento,
reforçados nos laços de parentesco, ainda que afastado, explicando-se, deste
modo, muitos dos casamentos entre "primos".
Assim
sendo, com a miséria generalizada da população e o isolamento da região,
explica-se o facto de até á década de 30 ser muito reduzido o número de
emigrantes. Poucos foram aqueles que saíram para o Brasil.
No
concelho de Góis e até a primeira década do século XX a emigração era quase
inexistente nas freguesias de Cadafaz, Colmeal e Alvares, talvez por serem as
mais isoladas. Enquanto Vila Nova do Ceira, e Góis contribuíam anualmente
com dezenas de jovens, na sua maioria homens e na sua maioria com destino a
Manaus.
Segundo
os registos foram: Caetano Ferreira Fontes, de Santa Margarida, António Maria
Cortez de Amioso Fundeiro, ainda antes de 1880, e posteriormente Francisco
Lopes Ladeira e sua mulher Maria Emília, do Casal de Cima, António Henriques
Filipe, nascido em Caniçal, mas com ligação familiar ao Casal de Baixo, saídos
antes até 1900, os primeiros a se aventurarem rumo ao Brasil,
Em
comum, todos eles tinham, não apenas a ambição, mas o facto de ter como base
razoáveis condições económicas, visto todos serem descendentes de famílias de
negociantes ou de lavradores mais abastados que o geral da população. Aqui fica
um breve resumo de cada um daqueles que rumaram a terras de Vera Cruz.
Caetano
Ferreira Fontes
Nascido
a 25 de novembro de 1854 no lugar de Santa Margarida, filho de Maria Barata
Lima e Manuel Ferreira Fontes. Foi dos primeiros locais a aventurar-se em
terras longínquas. Partiu com a cara e a coragem para o Brasil, á procura de
novos horizontes. O destino leva-o a instalar-se numa região em franca evolução
económica, numa altura que a cultura do café se torna o motor de uma explosão
económica no interior do Estado de São Paulo, ainda em tempos de escravatura,
que só seria abolida em 1888.
Partiu
para terras de Vera Cruz em maio de 1877, tinha então 22 anos. Pela Informação
do seu passaporte conseguimos saber que tinha 1,68 de altura e olhos azuis e
que o Porto de destino foi o Rio de Janeiro.
Os
primeiros registos de Caetano no Brasil são do seu casamento na cidade de
Campinas, Estado de São Paulo, com Maria Guedes Pinto na Igreja de Nossa
Senhora do Carmo a 25 de janeiro de 1879, tinha então 25 anos. A sua jovem
esposa era filha de uma das mais tradicionais famílias locais, com vasta
riqueza fruto da exploração de Fazendas.
Teve
para com a sua terra diversos gestos de benemerência que devem ser recordados.
O mais importante certamente o seu contributo para a obra da Escola e aquisição
de material didático, indispensável para a boa função do ensino. Ajudou ainda,
monetariamente no restauro da capela de Santa Margarida, quando em 1889,
António Rebelo da Mota Arnault e José Maria Lopes Froes decidiram recuperar a
capela então em ruína. Contribuiu ainda em 1892 com 1300 reis para a exploração
e canalização de água para uma fonte na Vila de Alvares, junto á Igreja Matriz,
e uma outra na freguesia.
Apadrinhou
a viagem para o Brasil de alguns jovens da sua família direta, nomeadamente os
irmãos João Ferreira Fontes e Maria Emília Barata Lima.
Em
1895 numa das suas viagens de visita a Chã de Alvares foi junto com sua esposa
Maria Guedes padrinho de batismo de Manuel Barata Lima, filho do importante
Industrial Alvarense do mesmo nome, que era seu tio-Avô e posteriormente em
1898 para o Batismo de sua sobrinha Palmira Barata Lima, filha de sua tia-avó Generosa Barata Lima e José Maria Barata, do Casal de Baixo.
Foi
Presidente da Comissão da Colónia Portuguesa “Pró-Pátria”, criada para
angariação de fundos para apoio a Portugal no tempo da Primeira Guerra Mundial.
Caetano
faleceu na cidade de São Paulo a 13 de abril de 1922 deixando abastada fortuna
com investimentos na área comercial e Agrícola com várias Fazendas no Interior
de São Paulo Os seus descendentes são atualmente empresários na região de São
Paulo.
Á
data de sua morte o jornal “A Comarca de Arganil” relatava: “Os pobres
desta freguesia perderam um desvelado protetor, pois amiudadas vezes para cá
mandava dinheiro para ser distribuído pelos desprotegidos da sorte. Da última
vez que cá veio a 12 junho de 1913 mandou ir toda a sua família ás Almas da
Simantorta onde lhes ofereceu um esplendido picnic, voltando dali em Automóvel
para Coimbra, onde residiu por algum tempo.”
Deixou
viúva a D. Maria Guedes, que viria a falecer 10 anos mais tarde a 6 de março de
1932.
O
seu património em solo português foi herdado pelo seu sobrinho, Antonino Barata
Neves.
Teve
vários filhos:
1.1-José Ferreira Fontes- Nascido a 11 de novembro de 1879 em Campinas, casado com a sua prima direita Hermantina Guedes Fontes. Foi vereador e Prefeito da Cidade de Sertãozinho em 1929, onde viveu como Fazendeiro. Tiveram a:
1.1.1.-João
Ferreira Fontes Sobrinho-
Casado com Leonira Riccardi
1.1.2-Zuleica
Fontes –
Casada com Aníbal Veloso de Almeida
1.1.3-Caetano
Ferreira Fontes Neto-
Casado com Ruth Ferraz
1.1.4-Maria
Ermelinda Guedes Fontes
- Nascida a 5 de janeiro de 1884 em Campinas, São Paulo. Faleceu ainda jovem
1.1.5-Aurora
Ferreira Fontes- Nascida a 11 de agosto de 1887, em Campinas, São Paulo, e
faleceu solteira a 28-08-1930.
1.1.6-Augusto
Ferreira Fontes-
Nasceu cerca de 1895, formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina e
Cirurgião de São Paulo. Casou-se com Maria das Dores Gaia. Envolvido no
assassinato do Advogado Prudente de Moraes em 1930, na cidade de Sertãozinho.
Faleceu a 2 de março de 1937 assassinado com apenas 43 anos.
(Correio
Paulistano nº24836).
Teve
a:
1.1.6.1-Manoel
Ferreira Fontes-1914-1970- Casado com Elisa Ferreira Fontes.
1.1.6.2-Eurico
Ferreira Fontes-1917-1981
1.1.6.3-Zulmea
Gaia Ferreira Fontes
1.1.6.4-Francisco
Ferreira Fontes – Casado com Antonieta Focaccia Fontes.
1.1.6.5-Djalma
Ferreira Fontes
1.1.7-
Maria Cecília Ferreira Fontes
1.1.8- Palmira Ferreira Fontes -Casada com Carlos Marcondes Vieira Lessa, neto do 1º Barão de Taubaté, António Vieira de Oliveira Neves.
João Mota Tavares, Proprietário e Generosa Adelaide Mota Tavares,
educanda no Convento de Semide. Foi pela mão do seu irmão que chegou ao Brasil
em outubro de 1888, desembarcando no cais de Santos, no Estado de São Paulo.
Casou em Campinas com Maria Miquelina Guedes Pinto, sua cunhada,
esposa de Caetano Ferreira Fontes. Tomou cargo junto com o irmão a
administração da fortuna familiar da esposa, investindo no ramo comercial e na
cafeicultura em vários Municípios do Estado. Em Catanduva manteve a empresa
Camillo Perri &Comp dissolvida em 1922.
Faleceu
na sua Fazenda Conceição a 12 de outubro de 1932 tinha 73 anos. Manteve sempre
a sua ligação ao torrão natal tendo enviado em 1917, 50 escudos, para
distribuir entre os mais pobres.
António
Henriques Felipe
No ano de 1875, chega ao Brasil, um português que iria fazer
história em Cataguases, trata-se de António Henriques Philippe, que foi talvez o caso de maior
sucesso da Imigração da freguesia de Alvares para o Brasil.
Nascido
na casa dos seus pais António Henriques Philippe e Ana Barata no lugar do
Caniçal a 27 de setembro de 1853. Era neto de António Henriques Philippe e
Josefa Maria Alves, e bisneto de Philippe Henriques de Coelhosa e Isadora Maria
da Fonseca do Casal de Baixo. Tinha ainda ligações a Chã de Alvares, pois sua
tia materna, Maria do Carmo Barata, casou na povoação de Chã de Alvares com
João Barata Marques, e ligações de parentesco à família Arnault por parte do
casamento de sua tia Maria de Jesus Philippe com Firmino Henriques Barreto
(Descendente de António Rebelo da Mota, das Tulhas).
Consta
no Arquivo do Governo Civil de Coimbra o processo de Passaporte concedido a 25
de maio de 1875.Por esse registo podemos saber que o jovem António tinha 1,66 m
de altura, cabelo castanho e olhos azuis, e que sabia escrever. Terá partido
pouco depois para o Brasil tendo como destino a cidade do Rio de Janeiro com o
objetivo de fazer fortuna. Em 1875, o jovem chega
ao então povoado do Santa Rita do Meia Pataca, onde trabalha na Estrada de
Ferro Leopoldina Raigh-Way.
Com a transformação do povoado em Vila de Cataguazes e a inauguração da Estrada
de Ferro, o comércio tem um grande desenvolvimento, aproveitando o dinheiro fácil
obtido não só com a construção da linha férrea, mas igualmente com a cultura do
café, e como bom emigrante que era, foi investindo o seu dinheiro.
Assim constrói em 1878 a casa comercial Henriques e Felipe & Cia, que ainda hoje existe, conhecida como «Casa Felipe". Constrói ainda o Palacete Philippe, onde viveu durante o seu período de vida em solo brasileiro. No entanto a sua ligação á sua terra nunca cessou. Nunca tendo casado, acabou por regressar por diversas temporadas ao longo da sua vida até fixar residência no Hotel Avenida em Coimbra. Os seus últimos dias foram aos cuidados do seu afilhado Antonino Barata Neves, do Casal de Baixo.
Em
1920 foi uns dois maiores mecenas para a reconstrução da Igreja Matriz de
Alvares.
Faleceu a 6.7.1928 no Hotel Avenida em Coimbra, tendo sido
sepultado no cemitério da Conchada, conforme noticiou a Comarca de Arganil nº
1464.
No mesmo jornal agradecem na qualidade de sobrinhos do falecido:
Encarnação Marques Duarte e Francisco Victor Duarte
António Henriques Filipe e esposa
Aquiles Henriques Filipe e Ana do Sacramento Marques Rosa e José
Barata Rosa e seus filhos e Maria de Jesus Marques e Antonino Barata Neves e
seus filhos.
Após a sua morte a sua fortuna foi entregue ao seu afilhado António Henriques Felipe Fonseca, que anos antes mandou chamar para junto de si no Brasil e cuja vida ficou igualmente ligada á cidade de Cataguazes, sendo ele um dos Fundadores do Clube de Remo local. Atualmente a fortuna familiar encontra-se na mão de Albano Henriques Felipe, que além de gerir a Casa Comercial fundada pelo seu Tio-avô, é paralelamente político destacado em Minas Gerais, onde foi candidato a Vice-Governador pelo PSD-MG.
Quem hoje visitar esta cidade brasileira poderá encontrar a Rua António Henriques Felipe, que ficará assim pra sempre perpetuado na história da cidade de Cataguazes.
Em
finais da década de vinte partiu igualmente para terras de Vera Cruz o seu
sobrinho Aquiles Henriques Filipe que foi o último a manter o laço ao torrão
Natal. Faleceu em maio de 1977, com 76 anos e foi apenas pouco tempo antes da
sua morte que todas as propriedades e a famosa Casa dos Filipes do Caniçal
foram vendidas.
José
Barata das Neves- Nasceu
no Casal de Baixo a 3 de outubro de 1897, filho de José Maria Barata e Generosa
Barata Lima. Partiu em 1911 com apenas 13 anos para o Brasil, junto com o seu
irmão João. Faleceu no Brasil em 1935.
João
Barata Neves-
Nasceu no Casal de Baixo, filho de José Maria Barata e Generosa Barata Lima.
Partiu em 1911 para o Brasil, rumo ao porto de Santos, tinha então apenas 11
anos.
Faleceu
em 1918 vítima de Pneumónica.
João
Abílio Lopes-
Filho de Maria Rufina e Abílio Lopes, do Casal de Cima, sapateiro. Rumou ao
Brasil por volta de 1910.Sua Irmã Maria Abília Lopes, foi casada com Manuel
Paula, faleceu com poucos mais de 20 anos vítima da varíola, dias depois da
morte de seu pai vitimado pela mesma doença que fustigava a região nesse ano de
1919.
João
Morais- Nascido
no Casal de Santa Margarida, no ano de 1896, filho de José Morais e Ana Barata
Lima. Partiu para o Brasil em 1917, onde chegou em março desembarcando no Porto
de Santos. fixando residência nos arredores da cidade de São Paulo, primeiro
como Chacareiro e posteriormente como comerciante. Faleceu na década de 70
Maria
da Encarnação-
Nascida no Casal de Santa Margarida a 14 de setembro de 1892, filha de José
Morais e Ana Barata Lima. Partiu para o Brasil por volta de janeiro de
1908.Regressou a Portugal, casou com José Alves Roda em 1910.
João
Victor Júnior-
Nasceu no Casal de Cima no ano de 1894, partiu junto com João Morais para o
Brasil, em fevereiro de 1916, um mês antes da entrada de Portugal na Grande
Guerra, que já lavrava nos campos da Europa. Curiosamente, ambos, conseguiram
dispensa Militar, num momento bastante conturbado. Depois de alguns anos no
Brasil, e terminada a Primeira Grande Guerra, João Vítor regressou a Portugal.
Em 1926 casa com Maria dos Prazeres Clemente, de janeiro de Cima. Faleceu em
janeiro de 1937, vítima de acidente de trabalho no Porto de Lisboa. Deixou duas
filhas, Alzira e Guilhermina.
Francisco
Lopes Ladeira - Nascido
no Casal de Cima a 9 de março de 1850, filho de uma família de negociantes,
foram seus pais Manuel Lopes Ladeira e Luísa Alves. Casou a 20 de novembro de
1876 com Maria Emília Barata Lima de Santa Margarida, sobrinha de Caetano
Ferreira Fontes. Partiu para o Brasil em agosto de 1883, sozinho, deixando no
Casal de Cima onde vivia, sua esposa Emília e seus três filhos.
Com ajuda do tio de sua esposa abriu uma loja de Secos e Molhados
numa das principais artérias da cidade de Leme, Estado de São Paulo. O negócio,
acompanhando o rápido crescimento económico da região derivado da Cultura do
Café, rapidamente lhe trouxe lucro suficiente para se tornar um respeitado
comerciante local expandindo os negócios junto com o seu sobrinho, António
Lopes Ladeira. Em 1899 regressa a Portugal para levar para junto de si os filhos
e a esposa.
Com o lucro do seu progresso comercial, manda construir no Casal
de Cima uma abastada casa que pouco chegou a desfrutar, pois acabou por falecer
aos sessenta anos, assassinado a 28 de fevereiro de 1906
Manuel Lopes Ladeira- Nasceu no Casal de Cima a 07 de dezembro de
1877.Foi o primeiro dos filhos de Francisco a partir para junto do seu pai no
Brasil em 1888, levado pelo seu tio materno João Ferreira Fontes.
Manteve sempre ligação a Portugal. Foi Fazendeiro e Comerciante na
Cidade de Leme, São Paulo, onde foi Presidente da Prefeitura Local entre 1913 e
1916.Faleceu com 93 anos a 2 de maio de 1971 na cidade de São Paulo. Casou com
Elisa Leme Ladeira, brasileira, e teve 12 filhos.
António Lopes Ladeira -Nasceu a 22 de janeiro de 1880 nasceu no Casal
de Cima, onde viveu até 1899, ano em que partiu com a sua mãe para junto do seu
pai Francisco em terras brasileiras. Casou com Barbara da Luz. Faleceu no
Brasil a 31 de janeiro de 1932, na cidade de Araras, onde viveu os últimos anos
da sua vida. Não deixou descendência.
João Lopes Ladeira Nasceu a 02 de abril de 1882.Partiu para o
Brasil em 1889, junto com o seu irmão António e sua mãe. Exerceu advocacia na
cidade de Araras depois de se naturalizar brasileiro em 1908.Anos mais tarde fixou
residência em Catanduva, São Paulo, onde faleceu a 2 de junho de 1968.Casou em
1905 com Núncia da Silva Xavier de quem teve 6 filhos.
António Lopes Ladeira- Nasceu no Casal de Cima a 22 de outubro de 1868,
filho de João Lopes Ladeira e Ana Barata Lima. Com pouco mais de dez anos parte
para o Brasil para junto do seu tio Francisco, e com ele se estabeleceu
inicialmente na cidade de Leme, abrindo Sociedade Ladeira & Sobrinho.
Dissolvida a sociedade, da casa comercial em São Carlos-SP,
instalou-se em 1911 na Cidade de São Paulo na Rua dos Protestantes, onde fundou
uma Charutaria, construindo a sua casa na Rua Saguairu,31 em 1927.Voltou a
Portugal, a passeio, com a sua família em 1908.Casou com Ana Leme a 13 de
agosto de 1895, de quem teve 4 filhos. Faleceu a 17 de fevereiro de 1939 na
cidade de São Paulo.
Maria
Emília (Barata Lima)
- Nascida em Santa Margarida, a 8 de fevereiro de 1857, filha de Manuel
Ferreira Fontes e Maria Barata Lima. Foram seus Padrinhos o avô-materno, Manuel
Barata e Ana Cândida, viúva de João Lopes Frois, todos de Santa Margarida.
Partiu para o Brasil em finais de 1889. Ficou viúva de Francisco Lopes Ladeira
com 49 anos tendo regressado a Portugal para usufruir largas temporadas no
Casarão mandado construir pelo casal no centro de Casal de Cima. Anos mais
tarde acaba por vender o património em solo português e nunca mais regressou.
Faleceu com 86 anos a 2 de agosto de 1943 na cidade de Leme.
![]() |
Lápide de Maria Emília, cemitério da Cidade de Leme, SP-Brasil |
João Ferreira Fontes-Nascido em Santa Margarida a 13 de setembro de 1867, sendo seus padrinhos, João Mota Tavares, Proprietário e Generosa Adelaide Mota Tavares, educanda no Convento de Semide. Foi pela mão do seu irmão que chegou ao Brasil em outubro de 1888, desembarcando no cais de Santos, no Estado de São Paulo. Casou em Campinas com Maria Miquelina Guedes Pinto, irmã de Maria Guedes Pinto, esposa de Caetano Ferreira Fontes. Tomou cargo junto com o irmão a administração da fortuna familiar da esposa, investindo no ramo comercial e na cafeicultura em vários Municípios do Estado. Em Catanduva manteve a empresa Camillo Perri &Comp dissolvida em 1922.Exerceu cargo político na Prefeitura de Sertãozinho, cidade onde o seu nome consta da nomenclatura local, Avenida João Ferreira Fontes.
Faleceu
na sua Fazenda Conceição a 12 de outubro de 1932 tinha 73 anos. Manteve sempre
a sua ligação ao torrão natal tendo enviado em 1917, 50 escudos, para
distribuir entre os mais pobres.
Serafim
Alves Barata-
Nascido no lugar da Carrasqueira a 20 de fevereiro de 1866.Rumou ao Brasil em 1899.Desembarcou
no porto do Rio de Janeiro e embrenhou-se por terras de Vera Cruz, tendo-se
fixado como Fazendeiro em Minas Gerais, onde casou com Ana Alves Gomes Borges.
Os seus descendentes vivem no Estado do Rio de Janeiro.
Maria
Emília (Alves Barata) - Nascida na Carrasqueira a 17 de fevereiro de 1863, partiu para o
Brasil, chamada por seu irmão Serafim, em 1904.Levou consigo o seu sobrinho de
12 anos, filho do seu irmão Joaquim Alves Barata e Justina Maria residentes no
lugar do Caniçal. Desembarcou igualmente no porto do Rio de Janeiro.
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