sábado, 28 de outubro de 2017

Aldeias destruidas na Pampilhosa da Serra


O Município de Pampilhosa da Serra acaba de publicar, no seu sítio da internet, as aldeias atingidas pelos incêndios do passado dia 15 e 16 de outubro.
Num total de 56 aldeias, a mais atingida foi a freguesia de Pampilhosa da Serra com 30 aldeias, seguindo-se Cabril com 11, Fajão- Vidual, 9 Portela do Fojo – Machio com 5 e Pessegueiro com uma.
O total de casas destruídas aproxima-se das 500 habitações, sendo que as aldeias mais atingidas foram Vale Serrão, Pescansecos, Decabelos (onde apenas ficaram em pé duas casas),Sobral Valado e Póvoa .A área ardida nessas 24 horas foi superior ao do Grande Fogo de 2005 que deflagrou no município durante 5 dias.

Aldeia de Pescanseco do Meio

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Góis- Balanço de danos dos incêndios de 2017

Góis

Apesar do flagelo decorrido no mês de junho no concelho de Góis, os incêndios voltaram a lavrar no território goiense, compreendendo uma área ardida que ascende os 4.145 ha, com forte incidência nas manchas florestais, objeto de exploração económica, tendo atingido de forma violenta 40 aglomerados populacionais.
No seguimento da elaboração do levantamento preliminar realizado pelos técnicos municipais, conseguiu-se igualmente apurar os seguintes dados:
Infraestruturas - 110km de estradas e caminhos municipais, orgão de drenagem, sinalética e equipamentos de segurança rodoviária, 12 contentores de resíduos sólidos urbanos, 1 parque de lazer e 1 parque infantil
Primeiras habitações - 18 (com danos totais ou parciais), resultando um total de 12 pessoas desalojadas.
Segundas habitações - 24 
Outras edificações - 69 (arrumos e edifícios devolutos).
Abastecimento de água - 10 sistemas atingidos com danos ao nível das estruturas de depósitos de água, acessórios e tubagens.
N.º de pessoas evacuadas - mais de 80 (sem perdas humanas a relatar)
Nº de pequenas e médias empresas (sectores primário e terciário) afetadas: 25
        N.º de empregados: 69 pessoas

Fonte: Site on-centro.pt







domingo, 23 de abril de 2017

Os incendios






Os fogos, violentos e destruidores assolam de forma cíclica a freguesia de Alvares, sendo a povoação de Chã de Alvares uma das mais fustigadas.

O primeiro grande  incendio ,e que todos ainda recordam como o Grande Incendio de 1970, decorreu nesse ano já tão longínquo ,durante os dias 5 e 6 de Setembro.

Deflagrou nas proximidades da Coelhosa e Foz de Alvares, e tomou grandes proporções em pouco tempo alastrando em várias frentes de fogo, destruindo tudo no seu caminho. Assim que foi dado o alarme ,as Juntas de Portela do Fojo, Alvares e Pessegueiro pediram de imediato auxilio ás Camaras Municipais e a várias Corporações de Bombeiros aos quais se juntaram os populares. No entanto dadas as dimensões do incendio rápido de depararam com a insuficiência de meios, face ás gigantescas proporções do fogo.

O ambiente foi de terror e medo. Ficaram reduzidas a cinzas ,olivais e várias casas de apoio ás hortas. No lugar do Indioso arderam duas casas, uma de habitação e outra de arrecadação. Igualmente em cinzas ficaram os terrenos circundantes a Amoreira, Vale da Gata, e á povoação de Soutelinho  que ficou destruida ,acabando assim uma povoação que era das mais antigas da região.

Do lado direito do Rio Unhais, o cenário não foi melhor.Foz de Alvares, Lameirinhos, Carrasqueira, Fonte Limpa, Telhada , Pessegueiro, Carvoeiro  e Ramalheira, tudo ficou reduzido a cinzas, apenas ficando as casas de habitação .Todo o pinhal ficou reduzido a quase nada, perdendo-se mais de 200 mil sangrias.

Por outro lado, junto a Amioso do Senhor, no dia 4 de Setembro deflagrou uma outra frente que queimou os pinhais e culturas das gentes Dos Amiosos, Mega  e Alvares.

No meio dessas frentes de fogo o aglomerado chãsense ficou reduzido a cinzas.Nesse infernal braseiro arderam 21 casas de arrecadação ,algumas compostas de lojas e primeiro andar e todas elas com valores,proprios da época.

Cinquenta e uma colmeia foi o estrago provocado aos Sr Alberto Alves Ferreira,Manuel Alves Ferreira,José Nogueira,Manuel Garcia,Manuel Roda,José Alves,Joaquim Pedro,João Pedro Aleixo,José Maria Antão,Lusitana de Jesus Braçal,Manuel das Neves,Serafim Romão,Manuel Hipolito,José Francisco,Manuel Henriques de Almeida  e Américo Alves Seabra.

As duas fabricas de resina existentes cancelaram a Campanha  Resineira perdendo-se mais de 250 mil quilos de gema,no valor aproximado de dois mil contos á época.

Foram poucos os anos de sossego para as gentes locais esquecerem o traumatico episódio .

Em Agosto de 1979 ,outro Incendio de grandes proporções se aproximou da povoação ficando pela Ribeira da Lomba Torta onde foi travado antes de entrar nas povoações de Casal de Cima e Casal de Baixo.Novamente ficou em cinzas as margens do Ribeiro da Lomba Torta entre o Moinho do Vento e o Rio Unhais.

Poucos anos depois já na década de 80 todo o pinhal entre o Lagar e o Vale Curral voltou a ser fustigado pelas impiedosas labaredas.

Em Setembro de 1985 novamente um incendio com várias frentes atingiu a povoação,ficando novamente com o pinhal reduzido a cinzas.Desta feita a frente de fogo irrompeu em Alvares e numa furia incontida varreu todo o Ribeiro Caniçal,Vale das Sobreiras,Vale da Nogueira e Relva da Mó.

Menos de um ano depois em Julho de 86 e tendo inicio nos Amieiros ,novamente o fogo chega ás proximidades do Casal de Cima.Dessa feita foram mais fustigadas a povoações de Simantorta,Cabeçadas e Rodas Cimeira e Fundeira.

Cinco anos depois ,e depois de dias seguidos de tentativas falhadas eis que junto á Carrasqueira irrompe uma frente de fogo que em poucas horas reduz a cinzas toda a zona circundante da povoação chegando a introduzir-se nos quintais das casas do Casal de Baixo,o lugar mais fustigado. Apenas ficaram as casas,tudo o resto enegrecido.,sem água nos canos,e sem bombeiros que ficaram impedidos de entrar na povoação cercada por labaredas descontroladas,os populares munidos das suas mangueiras caseiras, da bica de água, e de alguns furos conseguiram salvar as casas,mesmo as dos familiares ausentes em Lisboa.

O ultimo grande susto ocorreu no ano 2000.Com menos populares a ajudar o combate e com os terrenos em maior estado de abandono,foi dificil de controlar as chamas que atingiram a povoação já durante a noite.Três casas ficaram reduzidas a cinzas no Casal de Cima,o mais fustigado pelo incendio,e ainda uma outra no lugar de Fonte Limpa e parte da antiga escola de Roda Fundeira.

Mais de trezentos bombeiros combateram as chamas ,tendo estado envolvidos ,sete aviões(cinco ligeiros e 3 auto tanques,80 viaturas,4 Helicopteros e 55 Cooperações de Bombeiros.

O poder das Chamas levou á evacuação das populações de Fonte Limpa,Foz de Alvares e Roda Fundeira.

Na origem da tragédia esteve um foguete nas Festividades em honra da Padroeira da aldeia de Simantorta.O vento forte e o vasto terreno repleto de mato ajudou a que mais de 4000 hectares ficassem reduzido a cinzas.